Por Mireille Almeida
Os universitários, que se encontram habitualmente em uma transição entre a adolescência e a vida adulta, apresentam considerável risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares e para o uso de drogas ilícitas. Esse estudo investigou a associação entre transtorno alimentar e uso de drogas ilícitas em uma grande e diversa população de estudantes universitários. Foram analisados dados do levantamento americano Healthy Minds Study (HMS) dos anos de 2018 e 2019, que coleta informações sobre a saúde física, mental e social de estudantes universitários e incluiu 42.618 indivíduos.
As medidas usadas para estimar essa associação foram: resultado positivo em uma escala de triagem para transtorno alimentar, chamada SCOFF, autorrelato de história prévia de transtorno alimentar ao longo da vida, e autorrelato de uso de drogas ilícitas nos últimos 30 dias (maconha, cocaína, heroína, metanfetaminas, estimulantes, ecstasy, opióides, benzodiazepínicos). Os resultados apontaram que pouco mais de metade da amostra era composta de mulheres, com idade média de 23 anos. As análises estatísticas revelaram que sintomas de transtornos alimentares rastreado pelo instrumento SCOFF estavam associados ao uso de maconha, cocaína, estimulantes, ecstasy, opióides, benzodiazepínicos e, mais fortemente, à metanfetamina. O diagnóstico clínico prévio de transtorno alimentar ao longo da vida foi associado ao uso de maconha, estimulantes, ecstasy, opióides e, mais fortemente, ao uso de benzodiazepínicos.
Portanto, identificou-se nessa amostra nacionalmente representativa de univesitários americanos que o uso de drogas ilícitas é comum entre estudantes universitários com transtornos alimentares. Esses achados reforçam a importância de promover identificação precoce desses problemas no ambiente acadêmico, além de justificar esforços de prevenção e propostas de tratamento eficaz para evitar prejuízos.
Referência: Ganson KT, Murray SB, Nagata JM. Associations between eating disorders and illicit drug use among college students. Int J Eat Disord. 2021;1–8. https://doi.org/10.1002/eat.23493