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Componentes de programas de prevenção associados a efeitos positivos em saúde mental

O que os programas precisam oferecer para ter o efeito desejado?


Por Juliana Valente


A adolescência é uma etapa do desenvolvimento caracterizada pela ocorrência de inúmeras transformações físicas, emocionais e sociais. Tais transformações colocam os adolescentes em maior vulnerabilidade para o envolvimento em comportamento de riscos (como o uso drogas e violência), podendo trazer relevante impacto na saúde mental dos jovens. Muitas intervenções vêm sendo desenvolvidas com o objetivo de prevenir distúrbios mentais e promover a saúde mental dos adolescentes. No entanto, existe pouco consenso sobre quais são os componentes que devem compor as intervenções preventivas para que elas sejam realmente efetivas. Nesse sentido, um estudo reuniu dados de 158 estudos publicados sobre avaliação de programas de prevenção em saúde mental. Através de uma metodologia robusta, conhecida como meta-analise, os pesquisadores sintetizaram as informações sobre os componentes dos programas que se mostraram associados a resultados positivos na prevenção de múltiplos desfechos em saúde mental (ex. depressão, ansiedade, bullying e uso de drogas). Os resultados mostraram que programas de prevenção aplicados universalmente (ou seja, para toda a população) podem ser efetivos ao reduzir comportamentos de riscos e melhorar a saúde mental dos adolescentes. Os pesquisadores chamam atenção para sete componentes que estavam sistematicamente presentes nesses programas que demonstraram efeitos positivos: 1) desenvolvimento de habilidades interpessoais, 2) regulação emocional, 3) educação sobre o uso de drogas, 4) técnicas de mindfulness (ou meditação), 5) resolução de conflitos, 6) treinamento de habilidade de assertividade e 7) gerenciamento de estresse. Dentre esses componentes, os autores ainda destacam três deles como essenciais, por estarem presentes em programas efetivos para prevenção de diferentes desfechos em saúde mental, sendo eles: habilidades interpessoais, regulação emocional e educação sobre o uso de drogas. Desta forma, os autores sugerem que estes três componentes identificados como consistentemente eficazes, devem ser considerados durante o processo de desenvolvimento de futuros programas de prevenção em saúde mental.





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