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Consumo precoce de álcool aumenta a chance de porte de armas entre adolescentes

Por Júlia D. Gusmões


Ao longo dos anos, diversos estudos encontraram associação entre a idade do primeiro uso de álcool e características sociais, comportamentais e de saúde mental. Recentemente, pesquisadores avaliaram a associação do primeiro uso de álcool e o porte de armas.

Para esse estudo, foi utilizada uma amostra representativa de 13.442 adolescentes de 14 a 18 anos dos Estados Unidos, com dados obtidos através do levantamento nacional de comportamentos de risco (Youth Risk Behavior Survey- YRBS).

Os resultados indicaram que em 2019, 15,4% dos adolescentes começou a consumir álcool antes dos 13 anos e 13,5% relatou portar algum tipo de arma, como arma de fogo, faca ou cassetete, no mês anterior. Em relação à associação entre estes dois comportamentos, foi encontrado que adolescentes que começaram a consumir álcool antes dos 13 anos tinham o dobro de chances de carregar uma arma, quando comparados a quem nunca bebeu álcool, ou seja, existe associação entre a iniciação precoce do uso de álcool (antes dos 13 anos) e o porte de armas entre adolescentes. Também foi encontrada associação de porte de armas com outras drogas, como cigarro e drogas ilícitas. Além disso, adolescentes que experienciaram violência escolar também tiveram mais chances de portar armas do que aqueles que não são vitimizados em ambiente escolar.

Estes achados trazem algumas implicações importantes para a saúde pública. Primeiro, indicam que programas e intervenções de prevenção ao uso de drogas devem ocorrer em momentos precoces, antes mesmo dos 13 anos, para retardar o início do uso de álcool. Em segundo lugar, os programas educacionais também devem aumentar a conscientização de pais e educadores sobre a coocorrência do uso precoce de álcool e porte de armas e outros comportamentos de risco associados. A ênfase deve ser colocada no retardo do início do consumo de álcool uso e diminuição do acesso dos jovens às armas. Terceiro, os programas escolares devem trabalhar para aumentar a sensação de segurança dos alunos no ambiente escolar (por exemplo, por meio de programas anti-bullying) e facilitar o diálogo com os alunos sobre tópicos como saúde mental, vitimização de pares, uso de substâncias e porte de armas.


Fonte: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2352827321000951


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