Por Rodrigo Garcia
Em um estudo longitudinal feito em sete países da Europa, observou-se que a permissividade parental percebida sobre o uso de drogas lícitas prediz o uso de drogas ilícitas em adolescentes de 12 a 14 anos.
Uma equipe de pesquisadores do grupo EU-Dap, utilizando informação do estudo “European Drug Addiction Prevention Trial” analisaram dados de 3171 adolescentes de entre 12 e 14 anos, na Áustria, Bélgica, Alemanha, Grécia, Itália, Espanha e Suíça para avaliar a relação entre as normas parentais sobre o uso recente de cigarro e álcool percebidas pelos mesmos adolescentes e o uso autodeclarado de drogas ilícitas por estes mesmo adolescentes.
Os achados mostraram que as normas parentais que foram percebidas pelos adolescentes como “permissivas” sobre o uso de cigarro e álcool previam o uso de drogas ilícitas. Esta associação entre a percepção das normas dos pais e o uso de drogas ilícitas pelos adolescentes foi maior entre os meninos.
Os autores dizem que isso pode ser explicado pelo fato de que os meninos experimentam a maconha antes que as meninas, além de que uma proporção maior de meninos do que de meninas percebem que seus pais permitiriam o uso de cigarros e álcool, possivelmente indicando um monitoramento mais rigoroso das meninas por seus pais.
Esses achados de pesquisa têm importantes implicações na educação que os pais oferecem a seus filhos. Uma comunicação clara e abrangente sobre as consequências negativas em relação às drogas, pode aumentar a percepção de desaprovação e as sanções parentais, protegendo os adolescentes do consumo de substancias lícitas e ilícitas.
Excelente matéria! O exemplo vem de casa!