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O uso médico da maconha: o que sabemos e que tipo de evidências ainda faltam?

  • Foto do escritor: Equipe Previna
    Equipe Previna
  • 30 de out. de 2019
  • 2 min de leitura

Por Rodrigo Garcia


A prestigiada revista JAMA, em setembro de 2019, publicou um artigo importantíssimo sobre os usos médicos da maconha, sintetizando os achados atuais sobre o uso terapêutico dos canabinóides. Em resumo, há evidências de sucesso para algumas patologias, mas a maior parte dos estudos ainda possui muitas limitações metodológicas.

O FDA, órgão norte-americano que regula a venda de medicamentos nos EUA, aprovou o uso de certos canabinóides no tratamento de problemas de apetite, epilepsia pediátrica, síndrome de Dravet e síndrome de Lennox-Gastaut. Os canabinóides dronabinol e nabilona já são aprovados para o uso como antieméticos no tratamento dos efeitos colaterais da quimioterapia, desde a década de 80. Porém, há clara falta de evidência para outras condições de saúde que têm sido investigadas.

No caso de dor crônica há evidências para afirmar que os canabinóides podem auxiliar no tratamento. No entanto, os ensaios clínicos que estudaram este efeito forneceram resultados limitados. No mesmo sentido, as evidências da eficácia dos canabinóides no tratamento de outras doenças como Parkinson, transtorno de estresse pós-traumático e síndrome de Tourette são limitadas.

De acordo com o autor do estudo, Kevin Hill, “há evidências insuficientes para o uso de maconha medicinal para a maioria condições para as quais seu uso é recomendado. Apesar da falta de evidências, vários governos estaduais dos EUA recomendaram cannabis para o gerenciamento de mais de 50 condições médicas”.

Por outro lado, os efeitos neurológicos adversos da maconha têm sido adequadamente definidos. O uso agudo da maconha está associado a problemas de aprendizado, memória, atenção e coordenação motora. O uso crônico de cannabis está associado a um risco aumentado de doença psiquiátrica, dependência e eventos perinatais adversos.

Concluindo, é necessário realizar ensaios clínicos com amostras maiores e de maior duração, para obter evidências científicas sólidas sobre o potencial uso medicinal dos canabinóides, além de avaliar os efeitos de seu uso por um período prolongado.


 
 
 

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