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Posição da Sociedade Europeia de Pesquisa em Prevenção sobre o modelo islandês

Os tomadores de decisão na área da prevenção, influenciadores e gestores estão entusiasmados com a estratégia islandesa para redução de uso de álcool e outras drogas, que tem mostrado altas taxas de sucesso para jovens em comunidades na Islândia. O modelo islandês tem sido difundido e comercializado de forma ampla.


Embora seja um modelo promissor, a Sociedade Europeia de Pesquisa em Prevenção (EUSPR) não recomenda “copiar/colar”, mas usá-lo com sabedoria, assim como outros recursos escassos de prevenção. Não é possível implantar esse modelo em comunidades que não possuem características particulares e específicas da Islândia. Além disso, é importante que haja cautela com a divulgação ampla e comercial de um modelo testado em um único país.


O modelo islandês de prevenção é uma abordagem ambiental, na qual os pais e as atividades de lazer organizadas, juntamente com a crescente pressão normativa, desempenham um papel central na redução do consumo de álcool e drogas entre os jovens. O aspecto inovador do modelo islandês consiste em reunir a aplicação consistente e encadeada desses princípios baseados em evidências.


O modelo é composto por esses fortes elementos:


· alcança vários grupos simultaneamente, como pais, jovens, jovens trabalhadores e formuladores de políticas


· aumenta substancialmente as atividades de lazer supervisionadas e atraentes


· oferece uma abordagem de “baixo-para-cima”, tendo os membros da comunidade envolvidos na construção do projeto


· faz uso de dados recentes e locais sobre uso de álcool, tempo de lazer e influência dos pais


· faz uso de mecanismos eficazes já comprovados como jantares em família, monitoramento dos pais e estratégias de mídia


· restringe a exposição ao risco para menores estabelecendo um limite de tempo ou hora de recolher às 22:00 (“toque de recolher”)


O EUSPR detecta uma dificuldade na vasta disseminação do modelo islandês a partir de uma perspectiva legislativa: estabelecer um “toque de recolher” não é simples. Além disso, a densidade populacional e outras diferenças contextuais, como o suporte de redes sociais e uma abordagem de “baixo-para-cima”, estão altamente ligadas à situação particular da Islândia e não são transferíveis para outros países ou comunidades.


Embora o sucesso da aplicação da abordagem na Islândia seja óbvio, a leitura detalhada do relatório não esclarece até que ponto a diminuição na Islândia é diferente de uma prevalência decrescente do uso de álcool na Europa. Os estudos não explicam quais mecanismos foram alterados pelos diferentes elementos do modelo. A comunicação sobre o modelo islandês foca no caráter único, implicando um conjunto obrigatório de pesquisa comercial e instrumentos de implementação. Além disso, a inovação do modelo é reunir os componentes existentes, já conhecidos, e não os componentes em si, que já vem sendo usados abertamente.


O modelo islandês parece ser promissor, mas ao implementá-lo em outras comunidades, é necessária uma revisão crítica dos componentes. A EUSPR convida os desenvolvedores do modelo islandês a se engajarem em um debate científico e apresentarem sua estratégia e descobertas à comunidade europeia de pesquisa em prevenção.


(Traduzido por Larissa Ferraz para o Previna)



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