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Programa de prevenção do Ministério da Saúde reduz a iniciação ao uso de álcool por adolescentes

Os adolescentes que participaram das aulas do programa tiveram 22% menos chances de iniciar o uso de álcool do que os alunos do grupo que não receberam o programa Foi publicado, na conceituada revista científica Addiction, um estudo sobre a efetividade do programa #Tamojunto 2.0 do Ministério da Saúde na prevenção ao uso de drogas numa amostra de 5.208 estudantes brasileiros. O estudo avaliativo do programa foi coordenado pela equipe da professora Zila Sanchez, do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp) - Campus São Paulo, em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa foi financiada pelo Ministério da Saúde. O #Tamojunto 2.0 é baseado no programa europeu de prevenção escolar ao uso de drogas denominado Unplugged, que foi inicialmente adaptado para o contexto brasileiro pelo Ministério da Saúde, em 2013, em parceria com o escritório brasileiro das Nações Unidas para Drogas e Crimes (UNODC). Duas versões anteriores do programa já haviam sido testadas e evidenciaram efeitos contraditórios, diferentes dos observados na Europa. Após a suspensão temporária da implementação do programa, os resultados das pesquisas anteriores foram utilizados em 2018 para permitir adaptações do programa baseadas em evidências científicas. Desta forma, após alterações nas atividades referentes ao conteúdo sobre álcool, ajuste na faixa etária e na formação dos professores implementadores, em 2019, o programa foi novamente testado através de um ensaio controlado randomizado entre alunos de 8.° ano de 73 escolas públicas de três cidades brasileiras (São Paulo/SP, Fortaleza e Eusébio/CE). O estudo evidenciou que a participação no programa #Tamojunto2.0 reduziu a chance de alunos do 8.° ano iniciarem o uso de álcool. Os adolescentes que participaram das aulas do programa tiveram 22% menos chances de iniciar o uso de álcool do que os alunos do grupo que não receberam o programa. Quando foi considerado o componente de aderência ao programa na análise, essa redução chegou a 30%, demonstrando que aqueles que participaram de mais aulas do programa estavam mais protegidos de iniciar o uso de álcool. No entanto, nenhum efeito do programa foi encontrado na prevenção da iniciação de qualquer outra droga ou na prevalência do uso de drogas no mês anterior à pesquisa. “Destaca-se que este estudo apresenta caso único no Brasil em que um programa de prevenção ao uso de drogas teve seus resultados avaliados por estudos padrão-ouro, em um processo contínuo e sistemático que teve como finalidade principal fornecer subsídios para a disseminação de uma política pública de prevenção ao uso de drogas baseada em evidências. A implementação do programa perpassou diversas gestões federais e, no momento, possui validação científica para que seja iniciada sua disseminação nacional com segurança”, avalia Sanchez.






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