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Legalização de produtos de cannabis atrativos a jovens está ligada ao aumento do uso entre adolescentes, aponta estudo canadense

  • miguelhenrique100
  • 14 de mai.
  • 2 min de leitura

A legalização de produtos de cannabis voltados ao público jovem, como balas, chocolates, sobremesas e vaporizadores, foi associada a um aumento significativo no uso da substância por adolescentes no Canadá. A conclusão é de um estudo publicado em abril de 2025 na revista JAMA Network Open.

A pesquisa analisou dados de mais de 106 mil estudantes do ensino fundamental e médio, com idades entre 12 e 17 anos, que participaram das edições de 2018–2019 e 2021–2022 do Canadian Student Tobacco, Alcohol and Drugs Survey. O estudo comparou as províncias que legalizaram esses produtos em 2019 com a província de Quebec, onde a venda de comestíveis e vaporizadores de cannabis continuou proibida.

Os resultados mostraram que, após a legalização, houve um aumento de 26% no uso geral de cannabis entre adolescentes, um crescimento de 43% no consumo de comestíveis, 34% no uso por meio do fumo e 28% na co-utilização de álcool e cannabis. Além disso, observou-se uma redução significativa na percepção de risco associada ao uso ocasional da substância, sugerindo uma possível normalização do consumo entre os jovens.

Em contraste, em Quebec – onde as restrições foram mantidas –, os níveis de uso e a percepção de risco se mantiveram estáveis ou diminuíram.

Para os autores do estudo, esses achados levantam preocupações importantes sobre o impacto de políticas mais permissivas em relação à cannabis. Eles defendem a adoção de estratégias regulatórias mais rigorosas para proteger os adolescentes, além de ações educativas que ampliem a conscientização sobre os riscos do uso precoce. A pesquisa oferece evidências importantes para o debate sobre os limites da legalização, ressaltando que, embora a política tenha como objetivo reduzir danos e controlar o mercado, seus efeitos sobre populações vulneráveis, como os jovens, exigem atenção constante.

Fica o alerta: quando a cannabis é apresentada como algo inofensivo e até “gostoso”, como em doces e vaporizadores, o risco de atrair adolescentes aumenta — e com ele, os impactos na saúde e no desenvolvimento dessa geração. Legalizar não pode significar liberar geral, principalmente quando o assunto é proteger quem está em fase de crescimento e aprendizado.


Artigo na íntegra: Mital, Shweta, e Hai V. Nguyen. “Legalizing Youth-Friendly Cannabis Edibles and Extracts and Adolescent Cannabis Use”. JAMA Network Open, vol. 8, no 4, abril de 2025, p. e255819. DOI.org (Crossref), https://doi.org/10.1001/jamanetworkopen.2025.5819.




 
 
 

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