Por Alessandra A S Menezes
Estudo conduzido em escolas públicas de São Paulo, Brasil, investigou a relação entre bullying racial e o início do uso de álcool e tabaco entre adolescentes após nove meses de observação. O bullying racial é uma das formas pelas quais o racismo se expressa na escola, representando uma sobreposição entre o bullying e a discriminação racial.
Os resultados, publicados recentemente na American Journal of Epidemiology (https://doi.org/10.1093/aje/kwae047), revelaram que o bullying racial teve um impacto significativo na iniciação ao uso de substâncias entre os alunos do sétimo ano. Especificamente, os estudantes que relataram sofrer bullying racial tinham maior probabilidade de começar a usar álcool e tabaco durante o período de estudo, em comparação com seus colegas que não relataram tal experiência.
O estudo identificou diferenças de gênero e cor ou raça nessa associação. As meninas negras (pretas e pardas) emergiram como um grupo especialmente vulnerável, com um risco significativamente maior de iniciar o uso de álcool e tabaco.
Essas descobertas destacam a necessidade de programas e políticas escolares que abordem explicitamente estratégias antirracistas. Ao reconhecer e enfrentar o bullying racial de maneira eficaz, as escolas podem desempenhar um papel crucial na prevenção do uso prejudicial de substâncias entre adolescentes, promovendo um ambiente seguro e saudável para todos os alunos.
Este estudo representa um passo importante na compreensão dos fatores que influenciam o comportamento de iniciação ao álcool e tabaco entre os jovens, destacando a necessidade de intervenções direcionadas e sensíveis às questões de raça e gênero.
Para mais detalhes, acesse o texto na íntegra em: Alessandra A S Menezes, Zila M Sanchez, Marcelo Demarzo, Leandro F M Rezende, Richard Miskolci, Even worse for Black girls: the longitudinal association of racial bullying with the initiation of alcohol and tobacco use, American Journal of Epidemiology, 2024;, kwae047, https://doi.org/10.1093/aje/kwae047