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Prejuízos no desenvolvimento neurológico durante a adolescência causados pelo uso de maconha

Por Juliana Valente


O uso de maconha durante a adolescência tem sido associado a diversos prejuízos neurológicos, tais como deficiências no funcionamento executivo e no controle de impulso, no entanto, os mecanismos que podem mediar essa associação ainda permanecem obscuros. Desta forma, um grupo de pesquisadores europeus acompanhou, por um período de 5 anos, 799 adolescentes que nunca haviam usado maconha, realizando exames de neuroimagem periódicos para acompanhar o desenvolvimento neurológico desses adolescentes. Este estudo foi conduzido em 8 centros de pesquisa na Europa, dentro de um projeto chamado “Estudo de coorte IMAGEN”, que é considerado como o maior estudo de neuroimagem longitudinal sobre o uso de maconha até o momento.

Os resultados revelaram que o uso de maconha foi associado com afinamento de áreas do córtex pré-frontal. Os resultados sugerem que o uso de maconha durante a adolescência pode estar associado a alterações cerebrais no desenvolvimento cortical, particularmente em regiões ricas em receptores canabinóides. Os resultados indicaram ainda que o afinamento cortical foi associado com uso de maconha de uma forma dose-dependente, ou seja, quanto maior o uso de maconha, maior foi o aumento das taxas de afinamento cortical na região pré-frontal. Essa área cerebral afetada é responsável pelo desempenho de funções executivas tais como: planejamento, tomada de decisão, controle inibitório, atenção e memória de trabalho. Sendo assim, o que os pesquisadores concluem é que o uso de maconha durante a adolescência é associado a alterações no desenvolvimento neurológico e, por esta razão, deve ser evitado.


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