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Trajetórias do uso de álcool de jovens adultos e sintomas internalizantes em função do gênero

Por Tania Pietrobon



A entrada na vida adulta é um momento de grandes mudanças emocionais, sociais e de comportamento para todos os indivíduos. Em particular, é um momento em que se encontra uma emergência de distúrbios no consumo de álcool, que podem estar associados ao que se chama de sintomas internalizantes. Sintomas internalizantes em psiquiatria são, por exemplo, ansiedade, depressão, afastamento social, desengajamento emocional e queixas físicas, como por exemplo dores no corpo.

Homens têm em geral um maior consumo de álcool e um risco maior de desenvolver problemas de saúde ligados a esse consumo. No entanto, nas mulheres encontramos proporção mais alta de sintomas internalizantes. Alguns estudos têm apontado para a existência de uma diferença entre os gêneros em como essas duas variáveis (consumo de álcool e sintomas internalizantes) se relacionam.

Para compreender melhor este fenômeno, um estudo realizado nos Estados Unidos propôs analisar se a presença prévia de sintomas internalizantes (principalmente isolamento social e desengajamento emocional) poderia afetar o consumo de álcool futuro e se isso funcionaria de maneira diferente entre homens e mulheres.

O que os pesquisadores encontraram foi que não houve associação entre a existência prévia de sintomas psiquiátricos internalizantes com o consumo futuro de álcool entre homens. Por outro lado, isso ocorre entre as mulheres, ou seja, aquelas que possuem muitos sintomas psiquiátricos internalizantes têm um risco maior de desenvolver um distúrbio no consumo de álcool no futuro.

Esses resultados sugerem que ações de prevenção do consumo de álcool devem levar em consideração as diferenças que existem nos fatores de risco para abuso de álcool entre homens e mulheres, em particular no que diz respeito a sintomas psiquiátricos internalizantes, que são preditores do uso abusivo entre as mulheres.



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