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Apesar de esforços internacionais, o Brasil não avançou na redução do beber pesado

Juliana Valente

Um estudo ecológico de séries temporais publicado em setembro avaliou a evolução do padrão de beber pesado dos brasileiros ao longo dos últimos anos. Os pesquisadores analisaram os dados referentes ao padrão de beber pesado de todos os inquéritos epidemiológicos do VIGITEL, realizados no período de 2006 até 2018. O VIGITEL é um inquérito telefônico realizado anualmente pelo Ministério da Saúde brasileiro nas 26 capitais de estados e no Distrito federal, com o objetivo de monitorar os fatores de risco e proteção para doenças crônicas. Neste inquérito os brasileiros responderam, entre outras coisas, se nos últimos 30 dias haviam consumido 4 ou mais doses de bebida alcoólica em uma única ocasião. O principal resultado deste estudo foi a conclusão de que não ocorreu redução dos episódios de beber pesado entre os brasileiros nos últimos anos, mesmo após lançamento da Estratégia Global de Enfrentamento ao Uso Nocivo de Álcool pela Organização Mundial da Saúde. No geral, o mesmo padrão de consumo se manteve no período de 13 anos. Também foi avaliada a diferença do beber pesado entre os sexos, sendo observado uma tendência de aumento deste padrão nocivo entre as mulheres em 7 capitais brasileiras. Os achados ressaltam a necessidade de se implementar políticas públicas efetivas para reduzir a mortalidade e morbidade pelo consumo de álcool entre os brasileiros.


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